sexta-feira, 22 de março de 2013

Gorduras saturadas, insaturadas e gordura trans


GORDURA INSATURADA

O que é - Existente principalmente em vegetais, ela é líquida em temperatura ambiente. Há a monoinsaturada (com apenas uma ligação dupla de carbono) e a poliinsaturada (com mais de uma ligação dupla de carbono)
Onde é encontrada? - Azeite de oliva, óleo de canola e de milho, amêndoa, castanha-do-pará, abacate, semente de linhaça, truta e salmão
Consumo máximo por dia* - 44 gramas
Efeitos no corpo - Ajuda a reduzir o colesterol ruim, o triglicérides (tipo de gordura que, em níveis elevados, pode causar doenças coronarianas) e a pressão arterial
Ligação química - Faltam alguns átomos de hidrogênio em sua molécula e, por isso, ocorre uma ligação dupla entre os carbonos
GORDURA SATURADA
O que é - Um tipo de gordura encontrado principalmente em produtos de origem animal e que, em temperatura ambiente, apresenta-se em estado sólido
Onde é encontrada? - Carnes vermelhas e brancas (principalmente gordura da carne e pele das aves), leite e derivados integrais (manteiga, creme de leite, iogurte, nata) e azeite de dendê
Consumo máximo por dia* - 20 gramas
Efeitos no corpo - Aumenta o colesterol ruim (LDL), que se deposita nas artérias, elevando o risco de problemas no coração
Ligação química - Cada átomo de carbono mantém uma ligação simples com outro carbono e está ligado a dois átomos de hidrogênio
GORDURA TRANS
O que é - Um tipo de gordura formada por um processo químico (hidrogenação), no qual óleos vegetais líquidos são transformados em ácido graxo trans, uma gordura sólida
Onde é encontrada? - Margarina, biscoitos, batatas fritas, sorvete e salgadinhos de pacote
Consumo máximo por dia* - 2 gramas
Efeitos no corpo - Não faz nada bem à saúde: aumenta o colesterol ruim e, ao mesmo tempo, reduz o bom
Ligação química - Similar à da gordura saturada, mas os átomos de hidrogênio estão dispostos transversalmente (na diagonal), e não em paralelo, como ocorre com os ácidos graxos encontrados na natureza. Daí vem o nome "trans"

Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-sao-gorduras-saturadas-insaturadas-e-gordura-trans

quinta-feira, 21 de março de 2013

Ácido Acetilsalicílico (AAS)


O ácido acetilsalicílico, comercializado como aspirina®, é um composto de função mista (grupos do ácido carboxílico e do éster), que é obtido por meio do ácido salicílico.



     A Aspirina®, droga mais usada no mundo inteiro, é um analgésico (combate às dores) e antipirético (combate à febre), com propriedades anti-inflamatórias (combate inflamações). Ela é um grande exemplo de como um chá caseiro pode se tornar um medicamento sintético com a evolução das pesquisas sobre o seu princípio ativo.
     No Egito Antigo, combatiam-se as inflamações com um extrato obtido da casca do salgueiro (árvore do gênero Salix). No Brasil ainda é comum a ingestão de chás como o de fedegoso (Cassia occidentalis).
    Com o passar do tempo, estudos foram feitos sobre esses chás. Em 1838, o químico italiano Raffaele Piria conseguiu obter ácido salicílico da salicina, sendo que esse último era um composto de estrutura complexa, o qual se acreditava ser o princípio ativo da casca do salgueiro.
     Mas um marco mesmo ocorreu em 1859, quando o químico alemão Adolf Hermann Kolbe (1818-1884) desenvolveu o método de sintetização do ácido acetilsalicílico, a partir do ácido salicílico.

     O ácido acetilsalicílico é comercializado hoje como Aspirina, pois Kolbe trabalhava nos laboratórios das Indústrias Bayer, quando fez essa descoberta. Assim, em 1899, as indústrias químicas Bayer patentearam esse medicamento com esse nome de Aspirina®, que veio da reunião da letra a de acetil com o nome acidum spiricum, que é o antigo nome do ácido salicílico.
     Conforme mostrado logo abaixo, a fórmula do ácido acetilsalicílico é um composto orgânico de funções mistas, sendo que ele possui um grupo funcional ácido carboxílico e um éster presente em sua estrutura:






Fórmula e grupos funcionais do ácido acetilsalicílico



     Hoje, a reação feita para a sua obtenção é entre o ácido salicílico e o anidrido acético. Se os comprimidos da Aspirina® ficarem guardados por um longo tempo, poderemos sentir um cheiro de vinagre, o que indica que o seu consumo não é recomendado, podendo causar violenta irritação. Isso significa que a Aspirina®sofreu decomposição por hidrólise, originando o ácido salicílico e ácido acético (ácido presente no vinagre).
     A Aspirina® revolucionou a indústria farmacêutica e as técnicas de tratamento que até então eram amparadas na medicina popular. Inclusive, ela foi o primeiro medicamento a ser testado clinicamente antes de seu lançamento. Outros dois pontos interessantes: a aspirina foi o primeiro comprimido produzido (pois o seu pó quase não é solúvel em água) e foi feita uma cartilha pela indústria para informar seus benefícios.
     O ácido salicílico causava muitos efeitos adversos, pois era irritante à mucosa gástrica. A Aspirina® é bem menos irritante, porém se a pessoa fizer um uso prolongado desse medicamento ela também sentirá efeitos adversos, como dores no estômago e úlceras.
                     Anúncios da CafiAspirina, da Bayer

fonte: http://www.brasilescola.com/quimica/Acido-acetilsalicilico-aas.htm

terça-feira, 21 de junho de 2011

Bahia inicia uso de inseto transgênico contra dengue


Em busca de um novo método para a erradicação do mosquito Aedes aegypti, pesquisadores estão soltando uma versão transgênica do inseto em bairros de Juazeiro (BA). O bicho geneticamente modificado gera filhotes que não chegam à fase adulta - a Malásia colocou a mesma prática recentemente.

A iniciativa, coordenada pela bióloga Margareth Capurro, pesquisadora da USP, foi aprovada pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança). Os cientistas misturam material genético de drosófilas, conhecidas popularmente como moscas-das-frutas, ao do A. aegypti.

A transformação faz com que seus filhotes produzam uma proteína que causa sua morte ainda no estágio larval ou de pupa (a fase de casulo).

Em laboratório, os embriões são produzidos pela Biofábrica Moscamed, em Juazeiro (BA), e ................. identificados com um marcador fluorescente. Por diferença de tamanho em relação às fêmeas, os machos - que alimentam-se de néctar e sucos vegetais - são isolados antes da fase adulta, quando serão liberados no ambiente.

Eles serão soltos em cinco bairros da cidade. Lá, concorrerão para procriarem com as fêmeas, o que, em longo prazo, deve reduzir a população local dos insetos.

A previsão é de liberação de 50 mil mosquitos por semana nesses locais, e a conclusão do estudo está prevista para 18 meses após o início do procedimento.

Os primeiros 10 mil mosquitos já foram soltos na última segunda-feira, no bairro de Itaberaba. Amanhã, serão liberados mais 8.000 no mesmo local.

RISCOS

A princípio, a liberação de espécimes do Aedes aegypti nessas regiões apresentaria dois riscos: aumento da incidência da dengue e desequilíbrio ambiental.

Ambos, diz Capurro, são praticamente nulos. "Os mosquitos machos não se alimentam de sangue, por isso não transmitem a doença, e sua única função é copular com as fêmeas", afirma.

Além disso, o A. aegypti não é nativo do Brasil e encontrou um ambiente ideal porque não possui predadores naturais por aqui.

"Os mosquitos transgênicos vivem por aproximadamente sete dias e não deixam descendentes. Para retirá-los da população de insetos do local, basta parar de abastecê-la com novos indivíduos."

Ela destaca as vantagens do procedimento. Apesar de mais caro, pode substituir inseticidas e larvicidas, reduzindo o lançamento de possíveis poluentes no ambiente.

"O que essas substâncias fazem é selecionar indivíduos resistentes, que não morrem com os produtos", aponta a bióloga.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Comitê elege dois novos elementos para a tabela periódica química

Dois novos elementos foram acrescentados à tabela periódica depois de uma revisão de três anos feita por um comitê internacional coordenado por dois órgãos: União Internacional de Química e de Física Pura e Aplicada (Iupac e Iupap, respectivamente, na sigla em inglês). Conhecidos como 114 e 116, os dois elementos são ultra pesados, com massas atômicas de 289 e 292, respectivamente. Por enquanto 114 e 116 têm nomes provisórios (ununquadium e ununhexium), mas os definitivos ainda não foram escolhidos.

Tanto 114, quanto 116 são radioativos e existem apenas por menos de um segundo, antes de perderem massa e decaírem para elementos mais leves. Seguindo a progressão da tabela, o elemento 116 decai para o 114, que por sua vez se transforma em copérnico.

Nos últimos anos houve vários pedidos de laboratórios pela inclusão de novos elementos químicos na tabela nas posições 113, 114, 115, 116 e 118, mas o comitê concluiu que, até agora, os elementos 114 e 116 preencheram os critérios oficiais para a inclusão. Os demais ainda não.

A descoberta, creditada aos cientistas russos do Joint Institute for Nuclear Research, da cidade de Dubna e ao Lawrence Livermore National Laboratory, na Califórnia, os elementos roentgênio e copérnico, mais pesados da tabela até então, com massa atômica de 285 e 272, perderam seus postos para os elementos 114 e 116.

domingo, 22 de agosto de 2010

Cientistas provocam 'autodestruição' de células de HIV

Cientistas de Israel afirmam ter descoberto uma nova forma de eliminar células infectadas com HIV, em um processo que provoca a autodestruição de células contaminadas.

Pela técnica desenvolvida pelos cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém, as células infectadas com HIV recebem um DNA viral, que faz com que a célula morra. A técnica não afetou as células não-infectadas.
Até o momento, a técnica foi desenvolvida apenas em pequena escala, com poucas células. Nenhum teste foi realizado em humanos.

A pesquisa será publicada nesta quinta-feira na revista científica Aids Research and Therapy.
Os pesquisadores afirmam que a técnica poderia levar a um tipo de tratamento contra o vírus HIV.
O melhor tratamento disponível atualmente - à base de antiretrovirais - é eficaz no combate à replicação de células infectadas, mas ele não consegue eliminá-las.

Segundo o artigo, assinado pelo professor Abraham Loyter e sua equipe, o método desenvolvido no laboratório "resultou não só no bloqueio do HIV-1, mas também exterminou as células infectadas por apoptose [autodestruição]".

O artigo faz a ressalva, no entanto, de que há mais de um tipo de vírus HIV e que o trabalho da equipe está apenas nos estágios iniciais.

Os pesquisadores acreditam que o trabalho pode ajudar no desenvolvimento de um novo tipo de tratamento no futuro contra a aids.

Gene inativo volta à vida para causar doença

O genoma humano está cheio de genes "mortos", espécie de fósseis de milhares de anos equivalentes a um sótão cheio de sucata. Mas alguns destes genes surpreenderam os pesquisadores. Eles podem levantar dos mortos, como zumbis, para causar uma das formas mais comuns de distrofia muscular. Esta é a primeira vez, dizem os geneticistas, que um gene inativo voltou à vida para causar uma doença.
- Se fôssemos fazer uma compilação dos maiores sucessos nos estudos dos genes, esta descoberta estaria na lista - afirmou Francis Collins, geneticista e diretor do Instituto Nacional de Saúde dos EUA.
A doença, conhecida pela sigla em inglês FSHD, é sabidamente hereditária de uma forma muito simples. Mas até a publicação deste estudo nesta quinta-feira, no site da revista "Science", sua causa ainda era pouco conhecida. O gene culpado é parte do chamado "DNA lixo", regiões do genoma cuja função é, em grande parte, desconhecida. Neste caso, o gene parecia estar completamente inativo. Mas, como diz Collins, "a primeira lei do genoma é que tudo que pode dar errado dará errado". David Housman, geneticista do MIT, disse que os cientistas agora terão que procurar outras doenças com causas similares e esperam que muitas sejam encontradas.
- Assim que entendermos que algo que estava na nossa cara nos deixou completamente perdidos, teremos que nos perguntar: onde mais isso está acontecendo? - comentou.
Mas, admite, de certa forma a FSHD era uma tarefa fácil: é uma condição que afeta todas as pessoas que herdaram o gene. Outras doenças são mais sutis, afetando mais algumas pessoas que outras, e com uma coleção de sintomas maior. O truque, diz, é "ser esperto o bastante para encontrar os padrões que as liguem ao DNA". A FSHD afeta uma a cada 20 mil pessoas, causando o progressivo enfraquecimento dos músculos dos membros superiores, dos ombros e da face - pessoas com o distúrbio não conseguem sorrir. É uma doença genética dominante, isto é, se um dos pais tem a mutação no gene, cada filho tem 50% de chance de desenmvolvê-la também.
Há cerca de duas décadas, os geneticistas se aproximaram da região do genoma que parecia ser a responsável por ela> a ponta de um dos braços do cromossomo 4, feita de repetidas cópias de um gene inativo. O mesmo gene também tinha cópias no cromossomo 10, mas a região parecia inócua, sem relação com a doença. Só o cromossomo 4 seria o problema.
- Era um elemento repetido. Um gene antigo encravado no topo do cromossomo 4 sem mostras do que ele representava - conta o médico Kenneth Fischbeck, chefe do setor de neurogenética do Instituto Nacional de Desordens Neurológicas e Derrames.
E, quanto mais eles estudavam o cromossomo 4, mais intrigante ele se tornava. Ninguém que tinha o gene inativo repetido mais de 10 vezes desenvolvia a distrofia, mas algumas pessoas com menos de 10 cópias sim. Um grupo de pesquisadores da Holanda e dos EUA se reuniu há cinco anos para tentar resolver a questão e deram início a uma colaboração. Mas, enquanto estudavam o gene repetido, e aparentemente morto, o médico Stephen J. Tapscott, professor de neurologia da Universidade de Washington, notou que ele não estava completamente inativo. Ele sempre era transcrito - copiado pela célula no primeiro passo para a fabricação de uma proteína, mas as cópias se mostravam defeituosas, desfazendo-se logo. As proteínas não continham uma seção crucial, chamada sequência poli A, necessária para sua estabilização. Quando o gene "morto" tinha esta sequência, no entanto, ele voltava à vida.
- Isso acontece se, e somente se, você tem 10 ou menos cópias dele e a sequência poli A. Apenas uma destas condições não é suficiente - destaca Housman.
Mas por que as pessoas estariam protegidas se tivessem mais de 10 cópias de um gene inativo? Os pesquisadores acreditam que as cópias extras mudam a estrutura do cromossomo, efetivamente "desligando" toda aquela região para que não seja usada. O porquê do gene afetar apenas os músculos da face, dos ombros e dos braços permanece um mistério. A única pista é de que ele é parecido com outros que são importantes para o desenvolvimento do corpo humano. Enquanto isso, porém, Housman, que não estava envolvido diretamente na pesquisa, defende a descoberta como uma alternativa para tratamento.
- Ela deixou claro qual é o alvo, desligar este gene "morto". E estou certo de que podemos fazê-lo - afirma.
A grande lição, considera Collins, é que as doenças genéticas podem surgir de maneiras muito complicadas. Os cientistas acreditavam que as bases genéticas de distúrbios como doenças hereditárias dominantes seriam bem claras. Só doenças complexas, como diabetes, é que teriam origens genéticas complexas.
- Bem, mas aqui temos uma doença simples com um elaborado mecanismo causador. Não acha que esperávamos por uma coisa assim - diz.